quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A Cabana Velha

Em meio ao céu azul, pássaros e flores, avistei uma estrada para a floresta. Tentando esfriar a cabeça, tentando melhorar meu humor, comecei a caminhar.
Caminhando pra dentro da floresta onde só avistava árvores e que só escutava o meu som, minha respiração ofegante e cansada. Cada passo que dava minha mente se aliviava, meus pensamentos ruins começavam a sumir e minha concentração mata a dentro foi mais forte.
Depois de alguns minutos de caminhada e sossego, avisto uma cabana, bem rude e bem acabada com o tempo. Me aproximei e entendi que podia ser ali o lugar onde tinha o privilegio de refletir da vida, Pronto! Marquei território.
Satisfeita e com a mente ocupada, percebi que o sol já estava indo embora, o céu já não estava tão azul e o frio arrepiava minha pele. Comecei a descer a estrada de volta pra casa, quando eu menos esperava, como se estivesse ouvido minhas preces, te vejo. Meu coração dispara e minha mente volta a trabalhar, Droga! Sair do descanso.
Me olhou com uma cara espantada dizendo:
- Como você veio parar aqui? Achei que era só eu que sabia desse caminho.
Me tranquei, com a boca seca disse:
- Precisava me distrair um pouco, estava necessitada de férias pra minha mente, encontrei um lugar preparado pra isso mesmo, relaxar...
Seus olhos me cercam, então escuto uma trilha sonora:
- Também venho aqui pra isso, esquecer um pouco dos problemas e me sintonizar sozinho com meu ego e com a natureza.
- Não sei se você vai se importar, mais vai ter que dividir esse lugar comigo!
Ah! Seu sorriso foi contagiante, logo declarou subirmos juntas e sem precisar ela dá a iniciativa e sobe em direção a nossa cabana.
Chegando bem na porta, me diz:
- Esse clima sempre mexeu comigo, frio, apenas uma cama, uma lareira velha, não tem coisa melhor!
Meu riso irônico foi impossível de controlar, mas se secou quando me pego ouvindo:
- Vamos deixar tudo pra trás! Vamos viver esse momento, vamos esquecer os nossos problemas e fazermos aquilo que sabemos fazer, nos amar com muito amor. Não estamos aqui por acaso! Não nos encontramos novamente por acaso. Apenas deixe-me te amar!
Não contentando a emoção, deslisei-me em seus braços caindo em tentação, deixando aflorar em mim todo aquele sentimento que estava guardado à anos, me fazendo sentir-te, beijando-te com toda atenção e pressa.
Meu corpo pulsando de prazer, enxerguei que aquele momento era o meu momento de fazer-te sentir todo meu amor.Em fração de segundos, sinto teu corpo exalando em mim o teu cheiro, tua pele macia e gritante, minha boca a procura da sua, minhas mãos soltas a cantar.
Ah! Nossa cabana velha se transformou em um castelo formoso, minhas lágrimas rolaram não de tristeza e sofrimento, dessa vez foi de prazer e alegria. Ah Cabana velha! Me dando a oportunidade de rever meu amor e mostrá-la meu amor. Nossos olhos se cruzam como flechas e o tempo parou. Me afundei em seus olhos e caímos aos prantos e cantos da nossa velha casinha.
- Porque tudo isso só foi acontecer agora? Me pergunta.
- Talvez por ser um momento tão único, precisava acontecer só agora.
- Você quer viver apenas o agora? Me olha com espanto.
- Se o agora for com você, apenas você, eu aceito sim!
Aquele abraço me tirou suspiros, a certeza e a vontade estampado na cara me me fez radiar e fechar os olhos.
E com apenas um raio de luz em meu rosto me faz despertar, olho pro lado, cade você! Ela realmente viveu o agora e partiu mais uma vez em busca do seu único outro refúgio, a solidão.
Levanto deixando para trás mais uma vez aquilo que já sentir algum dia na vida. Fecho a porta com o sol queimando meu rosto, me pergunto:
- Um sonho? Talvez.
Mas a cabana velha chama-me outra vez.

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